quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Catadores de lixo com geradores de renda

O objetivo deste trabalho é analisar como a exclusão social leva à elaboração de mecanismos de consecução da satisfação das necessidades básicas. A hipótese é que as necessidades de nutrição, reprodução, conforto, segurança, movimento, crescimento e saúde levam ao desencadeamento de um processo de Criatividade Cultural que tem como produto estratégias de sobrevivência: essas visam à obtenção de renda e são nutridas pelos modos de condução da sociedade. O modelo de desenvolvimento econômico, com suas características excludentes e perdulárias de recursos, ao mesmo tempo em que exige mais criatividade na elaboração das estratégias de sobrevivência, coloca-as no patamar da miserabilidade por serem elas somente tentativas de driblar a fome e a ausência da estrutura necessária à vida. Essas idéias são demonstradas através de uma pesquisa etnográfica dos catadores de lixo que atuam nas ruas e no depósito de lixo da cidade de Maceió. Esses se valem do lixo urbano como instrumento viabilizador de obtenção de renda para a satisfação de suas necessidades básicas. A catação de lixo é tratada como uma estratégia de sobrevivência sustentada pelo modelo de desenvolvimento econômico que incentiva o desperdício de recursos, reificado no manejo do lixo urbano no país. Mostra-se, no trabalho, toda a estrutura extra-oficial movida pelo trabalho da catação de lixo, a qual é responsável por um grau significativo de recuperação de materiais recicláveis. No entanto, o desconhecimento dessa realidade fático e os preconceitos existentes na relação da sociedade com o lixo, colocam os catadores numa situação de estigmatizados, esvaziando a importância do trabalho que realizam. Conclui-se que o trabalho de catação de lixo é importante na gestão do lixo urbano na cidade: no campo social, tem seu valor enquanto gerador de renda; e na área ambiental, pela redução do desperdício. Por isso mesmo, a situação dos catadores de lixo, enquanto símbolos da degradação humana, deve ser revista e, mais do que isso, ela deve ser redimensionada.

Deveria ser uma das profissoes mais bem pagas do planeta !

São eles que nos ajudam a reciclar, separar o lixo, a melhorar a saude do planeta, mas são os mesmos que são descriminados, chamados de ladrões, explorados e mal pagos pela sociedade, no nosso modo de pensar, isso parece não estar certo, mas esse é infelizmente um triste capítulo da nossa realidade.
Essa é a nossa primeira postagem, o nosso blog irá retratar a difícil realidade, rotina e os preconceitos sofridos pelos catadores de lixo.



Clara Lasserre e Glória Braga.